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Jornal Olho nu - edição N°56 - maio de 2005
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Jornal Olho nu - edição N°56 - maio de 2005 - Ano V

Acampamentos para adolescentes recebem oposição pesada

por Tamara Dietrtich*

 dailypress.com 

24 de março de 2005

Virgínia - Você já deve ter notado que os nudistas constituem um grupo corajoso. Um ano após a Assembléia Geral ter decidido que eles não podem mais enviar seus filhos adolescentes sozinhos para acampamentos de nudismo de verão, eles ainda estão lutando com unhas  e dentes para reverter esse quadro.

Realmente eles parecem acreditar que têm os mesmos direitos como qualquer outros pais de enviar seus filhos para acampamentos de verão, onde em vez de computadores e matemática ou trabalhos manuais com palitos de picolé, é ensinado a eles a filosofia do estilo nudista de vida.

Agora um Tribunal de Apelações está considerando um requerimento de um grupo de pais - nudistas - que alega que acompanhar seus filhos para o acampamento de verão, isto é, acampar junto com eles, acabará sendo muito mais prejudicial ao desenvolvimento dos adolescentes do que deixá-los sós em meio aos outros adolescentes. E isso, no futuro, poderia, até mesmo, gerar eventualmente um processo contra o Estado.

"Como eles são afetados claramente pela Lei, poderão reverter a situação em um processo por danos morais", insistiu Rebecca Glenberg, diretora geral da União de Liberdades Civis da Virgínia, na quarta-feira, 23 de março último.

O estado de Virgínia é um dos poucos estados que oferecem acampamento naturista para adolescentes - Parque White Tail, no município de Southampton.

Glenberg apresentou seus argumentos diante da Corte de Apelações na semana anterior. 

O escritório de advocacia geral do estado divulgou um relatório onde argumenta que os queixosos não têm qualquer posição legal, porque "não há qualquer ponto constitucional que afirme que os pais têm direito de enviar seus filhos a um acampamento nudista juvenil.

Uma decisão poderia levar meses. Até mesmo se o ACLU (sigla em inglês para União de Liberdades Civis da Virgínia) ganhar, isto significará apenas que os queixosos poderão apresentar seu caso diante de um tribunal de distrito.

Deixe-me esclarecer que a filosofia nudista me confunde. Faço parte da maioria dos Virginianos nervosos que acreditam que há mais de um punhado de situações onde a nudez é apropriada, mas nenhuma delas envolve grupos sociais ou fogueiras de acampamento.

Mas eu concedo aos outros o direito de eles viverem sob suas próprias regras inofensivas.

Algumas pessoas abraçam a nudez alegremente, como o ousado sujeito de Buckroe que ia buscar seu jornal vestido apenas com seus sapatos, até ser videografado por seus vizinhos, que chamaram a polícia, no outono passado.

Estâncias nudistas são diferentes de passear pela calçada em frente à sua casa, é claro, porque se está em propriedade privada, longe dos olhos abelhudos e freqüentado por pessoas que, de ante-mão, não se sentem ofendidos nem se importam com o que vêem.

Sempre que eu escrevo sobre este assunto, recebo muitas mensagens agradecidas de nudistas que acham que eu compreendo perfeitamente seu estilo de vida e, ao mesmo tempo, recebo outros de leitores irados, que dizem que nas estâncias naturistas estão predadores de crianças em abundância.

Eu sempre exijo que me mostrem estudos confiáveis que relatem que pedófilos sejam mais ativos em locais nudistas do que na população geral. Até agora, só vejo reclamações enraivecidas e vigorosas, muitas baseadas em horripilantes anedotas.

O que eu tenho lido é que a possibilidade de uma criança sofrer abuso em uma estância nudista é a mesma que em qualquer outro tipo de acampamento, "nem mais nem menos provável", diz Glenberg.

Os bastidores de um acampamento nudista são fiscalizados profundamente pelos conselheiros. Os nudistas me falam que são proibidas máquinas fotográficas, e todo mundo é alertado para ficarem atentos porque eles entendem que os pedófilos tentarão se infiltrar em qualquer organização que tenha crianças e adolescentes como alvo.

E para cada horrível anedota, eu contarei cinco incidentes de crianças molestadas por um líder de escoteiro completamente vestido, ou treinador, professor, vizinho, amigo da família, pai, avô, tio, irmão, padre, trabalhador diarista, etc. Foram acusados, no verão passado, dois conselheiros e dois campistas de investirem sexualmente contra meninos mais jovens, em um acampamento de verão promovido pela Igreja Batista do Norte no estado da Virgínia.

No entanto, na sessão passada da corte, os legisladores não introduziram sequer um parágrafo exigindo que o batistas acompanhassem seus filhos nos acampamentos de verão. Ao invés, um legislador tentou proibir completamente acampamento nudista para adolescentes. Muitas pessoas simplesmente acreditam que nudismo não é um estilo de vida saudável. E ponto.

Anos atrás, diz Glenberg, muitas pessoas acreditavam que as crianças católicas deveriam assistir aulas nas escolas públicas, em locais restritos, porque o Catolicismo não era considerado saudável para ser ensinado às outras crianças. Mas o Supremo Tribunal norte-americano concedeu para os pais o direito de exercer sua prática religiosa e transmiti-la aos filhos.

Os pais de Glenberg a enviaram para o acampamento de verão basicamente para a iniciação na doutrina judaica. Ainda há muitas pessoas que afirmam veementemente que o Judaísmo é a estrada para o inferno, mas a sociedade não ousa pensar em proibir os acampamentos de verão judeus.

Um acampamento de verão nudista é semelhante. Eles ensinam as crianças, através dos exemplos do dia-a-dia, como também por instruções o que é gostar de ser um nudista social, diz ela. E esse direito, eu acho, é protegido pela Primeira Emenda".

 

*Tamara Dietrich pode ser encontrada em  tdietrich@dailypress.com 

colaboração: Cláudio Guerra (museolog2001@superig.com.br)

Tradução: Pedro Ribeiro (pedroribeiro@jornalolhonu.com


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