') popwin.document.close() }
Jornal Olho nu - edição N°39 - dezembro de 2003
http://www.jornalolhonu.com
Editorial | Cartas dos leitores | NATClassificados | De olho na mídia | NATNotícias | NATExperiência | NATEspecial | NATEntrevistas
FBrN | Nu em Notícia | NATReflexão | NATQuestão | NATCuriosidades | NATCuriosidades 2 | NATNovidades | NATVariedades

Jornal Olho nu - edição N°39 - dezembro de 2003

Anunciam nesta edição: Corpos Nus | Pelados |

OS NATURISTAS QUE MOSTRAM SUAS CARAS

por Pedro Ribeiro*

O naturismo brasileiro tem crescido e se solidificado graças aos trabalhos dos naturistas que não têm receio de mostrar-se de frente diante dos desafios. São pessoas comuns, mas que abraçaram a causa do naturismo e não se furtam em aparecer diante das câmeras para falar de nosso estilo de vida. São dirigentes de áreas naturistas e empreendedores que dedicam grande parte de sua vida cotidiana a resolver problemas ligados ao naturismo ou a pensar nos rumos do movimento. OLHO NU aproveitou o I Encontro Regional de Naturismo de Caldas Novas para falar com os que estavam presentes e saber um pouco mais sobre suas perspectivas e anseios. 

Glacy Morais Machado, coordenadora do clube naturista Colina do Sol, Rio Grande do Sul, acha que o Encontro superou suas expectativas, tanto pelo local, que "é belíssimo, maravilhoso" e que todos os encontros da Federação dos quais participa são proveitosos, "pois de uma maneira de outra, a gente sempre sai fortalecido como grupo e provoca o comprometimento das associações com a Federação". Para estar presente, viajou 2000 quilômetros, de carro, em Parceria com Marcelo Pacheco, do site PELADOS, numa jornada que durou porque iam parando, no caminho, em determinados locais naturistas, como a Praia do Pinho, em Santa Catarina, e no Mirante do paraíso, São Paulo, onde foram acolhidos com hospedagem e muita amizade. Conta que recebeu uma parte de patrocínio do próprio clube e do Hotel Ocara, que funciona dentro da Colina. Garante que tudo o que foi debatido vai ser levado para seu clube de origem, para também ser debatido e "fortalecer ainda mais o naturismo".

Marcelo Pacheco, dono do site PELADOS, e parceiro de Glacy nesta jornada de chegar até caldas Novas, reside na Colina do Sol. Acredita que suas expectativas foram totalmente contempladas no encontro e percebe que, a cada encontro, há um número maior de participantes. Conta que o site dirigido por ele tem o propósito de captar novos adeptos. E que o nome "pelados", embora não muito ligado ao naturismo pela conotação meio pejorativa do termo, foi escolhido intencionalmente para quem esteja navegando pela Internet, interessados em nudez ou sexo acabe atraído para o endereço, e ali descobrem o Naturismo, e sua filosofia.

Vanderlei Castresano, proprietário da revista e do site NATURIS, conta que a revista está sendo relançada após um período de dois anos de inatividade, tentando resgatar uma dívida que ela tem com os naturistas do Brasil de ser um órgão de divulgação, não de noticiário, pois será emitida de dois em dois meses, então não poderá ter "atualidades". Pretende ser um elemento de união entre as áreas naturistas que existem e servir como um fórum de discussão dos problemas naturistas. Será fiel à linha editorial dos últimos dez anos e incentivar um pouco mais os aspectos turísticos do Naturismo, visando facilitar a movimentação das pessoas. A revista será apenas uma das pernas da empresa Naturis Empreendimentos, que terá seu carro chefe na distribuição e comercialização de vídeos e fitas de produção própria e parcerias, como também americanas e canadenses. A revista também passará a ser editada e distribuída na Europa, em mais quatro idiomas, além do português e do inglês que já existem hoje. O relançamento da revista está previsto para o dia 25 de janeiro de 2004. Quanto ao Encontro, Vanderlei achou que foi muito bom e que valeu a pena ter adiado sua volta à Alemanha, onde mora. Acha que a Federação está fazendo um esforço de união muito grande com todas as áreas brasileiras, fazendo o convite de uma maneira bem aberta, procurando discutir os melhores lugares e os melhores preços. A área naturista foi bem adequada, apesar de não ser naturista, mas está se abrindo um espaço para que venha a ser. E o mais importante é que foram discutidos temas de seriedade, pondo a Federação numa posição de decisão e orientação do Naturismo no Brasil. Ressaltou também a propriedade do Encontro ter reunido gente do Brasil do todo, dos mais longínquos recantos.

Waldemar Rodrigues, conhecido como Dema, integrante do SAMPANAT. Já de saída explica que, no SampaNat, não há cargos de presidente ou diretor, mas, sim, o Conselho Diretor, do qual ele faz parte. Achou o Encontro muito produtivo por terem sido revistos alguns pontos levantados no Congresso anterior e foram traçados planos de ação, que é "exatamente o que a gente precisa". Acredita que haverá algum progresso se todas as decisões tomadas forem efetivamente colocadas em prática. O naturismo no Brasil terá uma força e organização maiores e ele só tem a ganhar com isso.

Miriam Carvalho Alles, é vice presidente da AGAL (Associação Amigos da Galheta), da praia da Galheta, em Florianópolis, SC. Ela também achou "positivo em todos os sentidos. Em primeiro lugar, a surpresa do hotel, maravilhoso, bem ligado com a idéia do naturismo, tanto pela natureza que foi preservada como pelos monumentos que tem, espalhados por todo o ambiente. Em segundo lugar, por agregar as pessoas em torno da Federação. Fazendo as pessoas sentirem que é importante dar força para que a gente tenha uma Federação que trabalhe pelo naturismo no Brasil." Miriam retornará à Galheta já preparada com as novas recomendações e decisões e estará pronta para filiar a AGAL à Federação, se assim desejarem seu membros. Acredita que com este fortalecimento será possível até conseguir recursos para a construção do tão necessário posto salva-vidas na praia e conseguir também a presença deles. Anuncia uma parceria com a NATURIS para a venda dos livros produzidos pelo pessoal de lá. 

Affonso Alles, aposentado, ex-presidente da AGAL também acha que pela primeira vez o Encontro naturista ocorreu em um local realmente confortável. Os anteriores, completa, foram realizados em espaços com relativas precariedades. Acredita que o retorno alcançado compensa folgadamente o investimento feito para estar ali presente. Confessa que já tem estado em espaços naturistas nos Estados Unidos, considerados os melhores do mundo, mas perdem em tudo para este onde está agora. Acha que devemos batalhar para que este seja um espaço visitado sistematicamente pelos naturistas. Acredita que o retorno deste Encontro será automático para todos os grupos naturistas, até mesmo para os abertos, como o de Abricó, ou da Galheta porque difundem a libertação da natureza da opressão que ela vem sofrendo em todas as frentes, mais especialmente da natureza humana, que é massacrada de uma maneira muito sacana por todos os meios de publicidade e propaganda, todo dia. E este é o maior resultado que tem um encontro desse. Tanto é assim que a gente sentiu do pessoal do hotel total respeito, sem nenhum constrangimento, sentindo-se totalmente à vontade no trato com os naturistas.

Adriana Aragão, 32, assistente social, presidente do GOIASNAT. Concordando com os demais entrevistados, acha que o Encontro valeu a pena e é sempre muito bom estar discutindo estes pontos mais polêmicos. "O naturismo ainda é muito recente no Brasil, portanto é necessário muita discussão para que se possa crescer e chegar a um denominador comum." Acredita que sua associação e todas as demais serão atingidas com as resoluções ali tomadas, principalmente no que concerne aos estatutos que determinam as condições de filiação à Federação. Adriana é presidente desde maio deste ano e é uma das poucas mulheres que exercem cargo de presidência no Naturismo brasileiro. Acha que dirigir uma associação naturista é a mesma coisa que dirigir qualquer outra associação. É importante a participação da mulher, pois pelo que se percebe de outras associações é que é o homem mesmo que está "puxando o carro", que está no trabalho, com a mulher sempre ao lado dele, nunca à frente.

Márcio Braga, 54, professor universitário, presidente da NATES (Congregação Naturista do estado do Espírito Santo), que dirige a praia de Barra Seca, em Linhares, ES. Acha que, em primeiro lugar, qualquer encontro da Federação tem sido uma coisa muito boa, "pois além de rever os amigos, temos discutido temas muito importantes, que nunca foram discutidos antes. De dois anos para cá o grupo se mantém sempre se encontrando, então, independente de qualquer outra situação, já valeu o encontro. Pela estrutura, pelo que foi montado, pelo conforto que tivemos eu viria muitas vezes. Valeu muito." Acredita que as decisões tomadas terão algum tipo de influência em sua associação, principalmente manter o pulso, o controle e a cobrança para que as áreas não sejam perdidas, como já aconteceu em outras ocasiões. O Passaporte Naturista e a frequência da praia com certeza terão influência para eles. Acredita que tudo será recebido muito positivamente.

*Editor do jornal OLHO NU

pedroribeiro@jornalolhonu.com


Olho nu - Copyright© 2000 / 2003
Todos os direitos reservados.