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Jornal Olho nu - edição N°37 - outubro de 2003 | |
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Jornal Olho nu - edição N°39 - dezembro de 2003
Anunciam nesta edição: Corpos Nus | Pelados | |
Conte para os leitores do OLHO NU como foram suas primeiras experiências com o naturismo. Escreva para nós. cartas@jornalolhonu.com | |
Naturismo: minhas primeiras vezes Por Chris Benjamin Natal* Em virtude de um projeto que eu tenho, e que desejo levar, junto ao InterNat, à frente, gostaria, neste espaço, de pedir a colaboração de todos os colegas. Gostaria de organizar um livro contando as primeiras experiências naturistas das pessoas, para mostrar como se dão estas experiências, e incentivar quem ainda não experimentou a fazê-lo. Para tanto preciso que pessoas escrevam para mim seus detalhados relatos, e se quiserem, incluam fotos, para que possamos levar o livro à frente. Por isso, escrevo hoje meu próprio testemunho, para o qual convido à leitura todos que têm paciência, na esperança de que gostem, talvez se identifiquem, e façam o mesmo. A ele: Ainda na puberdade e mais uma vez na adolescência, visitei duas vezes a Praia do Olho de Boi, em Búzios, que era então muito diferente do que hoje está. Na época, os primeiros nudistas a estavam frequentando, e eu o fiz através de escapadas que eu dava da casa onde ficava hospedado, pertencente a amigos de meus tios, na cidade. Dizendo apenas que ia à praia, sozinho, através de uma trilha longa, difícil e arriscada, pela parte mais complicada dos rochedos, eu cheguei até a praia com a intenção, óbvia, de ver muita mulher pelada, o que eu achava que seria a experiência mais louca de minha, então, curta vida. Até então tudo o que eu sabia sobre o assunto foi o que havia visto no finado programa Comando da Madrugada, de Goulart de Andrade, quando, em uma ocasião, ele visitou a Praia do Pinho. Quando cheguei lá e entrei, de sunga, muito timidamente, o que senti foi o diametralmente oposto do que achei que sentiria. Uma grande e agradável surpresa, ao perceber que as pessoas que ali estavam não só eram perfeitamente normais, como também mais legais do que os banhistas, de uma forma geral, são. Alguns puxaram conversa comigo, uma família com dois garotos mais ou menos de minha idade, todos nus, de cujos nomes infelizmente não mais me recordo. Eu fingi que aquilo para mim já era corriqueiro, e em dois tempos, sem mais, nem menos, tirei a sunga e fiquei nu. Foi uma revelação. Quase uma experiência divina, purificadora. De repente, muitas coisas começaram a fazer mais sentido para mim. Foi como fazer dez anos de terapia em algumas horas. Percebi, subitamente, que ter vergonha ou pudor do próprio corpo não faz o menor sentido, e que os incomodados, se houver, que se danem. Comecei a gostar um pouco mais de mim. Hoje, aplico estas duas "visões" em todos os campos da minha vida, e tenho para mim que isso começou aí. Daí minha ligação profunda com o tema e sua vivência.
Em pouco tempo meu interesse pelo nudismo aumentou muito e, com o primeiro programa especial SBT Repórter, passado na Colina do Sol (que foi reprisado ad nauseam) percebi que eu não era o único, ou tão isolado quanto pensava; na verdade, muita gente estava abraçando a idéia, e tomando parte em uma coisa muito mais profunda, o Movimento Naturista. Isto foi há cerca de seis anos, quando eu já estava casado, meu filho era bem pequeno. Eu já estava terminando a faculdade de Jornalismo, e já exercia a profissão há um bom tempo. Decidi, então, conhecer o Naturismo a fundo. Sou assim, não gosto das coisas pela metade. Resolvi escrever um livro, um guia de naturismo diferente, escrito por um naturista que, com a família, visita todas ou, ao menos, a maioria das áreas brasileiras do ramo. Fui, no Rio, a Búzios novamente, à Praia Brava em Cabo Frio (tolerada), ao Solar Barão de Guaratiba (Atual Sol & Saúde), ao Recanto Paraíso, em Piraí, quando ainda era do Valdir, à Reserva Biológica (onde o pessoal se reunia, ainda que ilegalmente), ao Abricó (também no tempo da ilegalidade), ao Ramanat, ao Rincão, a Massarandupió, Pinho, Tambaba e ao sítio onde o pessoal do SampaNat se reúne. Já se vão seis anos de naturista, muitas áreas visitadas, uma integrante a mais na família (a Sophia, minha filhinha de sete meses), todos muito naturistas. Ainda não acabei o livro pelo simples fato de que faltam ainda vários locais naturistas para conhecer, o que ainda farei, sem pressa, à medida que posso custear este projeto financeiramente kafkaniano. Neste último ano, no entanto, comecei a escrever e estou, atualmente, na página 150 (calculo que, aproximadamente, a metade) de outro livro, um romance, que tem muito a ver com o naturismo, e que, assim que estiver pronto, divulgarei para vocês, amigos. Neste tempo, com toda a experiência adquirida, fizemos uma grande quantidade de boas amizades; há alguns anos me tornei colunista do Olho Nu; conheci pessoas que lutam, militam pela causa, muita gente boa mesmo, e infelizmente também muitos mal-intencionados, pessoas em cujas mentes medíocres e manipuladas a incursão desta tão diferente idéia não encontrou ainda espaço. Muito recentemente decidi, apoiado por outras pessoas que acreditam na idéia, e para dar um pouco mais de contribuição a este movimento que literalmente mudou minha vida, fundar um grupo de estudos científicos para levar adiante a idéia de verificar a fundo as questões que concernem o tema. Nasceu aí o InterNat, que ainda está começando, e que tem muita pretensão ainda pela frente. Assim se deu meu começo no naturismo, e me trouxe ao que hoje sou. Convido a todos os leitores que enviem suas experiências para compor o livro e, se quiserem, fotos para ilustrar. Não sejam tímidos! Acreditem no seu potencial! Aguardo ansiosamente em chrisbnatal@yahoo.com. *jornalista, professor, escritor e pesquisador, além de
coordenador do InterNat – Núcleo Latino-Americano de Pesquisas
Interdisciplinares em Naturismo e Comunicação.
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