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A revista norte-americana Nude & Natural publicou uma interessante matéria sobre a nudez masculina no cinema (especialmente norte-americano), em sua edição de número 19.4 (verão de 2000). O articulista faz uma análise dos preconceitos existentes contra a visão do nu masculino na sociedade e como isto é apresentado no cinema. OLHO NU traduziu a matéria que será apresentada, na íntegra, em 3 partes, dada a extensão da mesma. | ||||
NU FRONTAL 1º parte Por
Keath Graham*
Tradução de Pedro Ribeiro** |
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“Piu-piu” ? “Salsicha” ? Por favor. Por que não podemos chamá-lo apenas pelo o que é ? É o pênis, um órgão da anatomia masculina que serve para uma variedade de funções e é freqüentemente – exceto em ambientes naturistas – mantido bem escondido da visão pública. O que está por trás dessa infusão de aparições de pênis nas telas ? O que é que todo mundo tem, desde jovens atores estreantes como Giovanni Ribisi (SubUrbia, 1997) a veneráveis estrelas dos palcos e telas como Frank Langella (Lolita, 1997) querendo fazer o que já foi considerado uma vez um grande risco para a carreira ? É possível que o público freqüentador esteja começando a crescer e a jogar fora noções antiquadas do que é considerado tabu no que se vê ? |
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A Internet está alargando os horizontes da aceitação |
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Poderia ser dito que uma nova atitude de aceitação é um subproduto da
famosa ‘era da informação’. O meteórico aumento da popularidade do
computador doméstico, facilmente disponibilizando o acesso a Internet e a
ubiqüidade da Web fez de nosso mundo um lugar mais íntimo. Estrangeiros
não parecem estranhos por muito tempo quando se tem a capacidade de
trocar idéias instantaneamente com alguém a meio mundo de distância.
Agora que satélites, sistema de Tv a cabo e aluguéis de vídeos oferecem
virtualmente filmes de todo país da Terra, a ‘aldeia global’
tornou-se um notável assunto íntimo.
Na pesquisa para esse artigo, fiz uma apressada procura para a palavra
‘pênis’ na seção de busca de uma popular página de cinema, a
Internet Movie Database (www.imdb.com).
Instantaneamente eu estava com 47 endereços de filmes que continham a
palavra. Curiosamente, 30 dos 47 foram apresentadas na década dos anos de
1990. Podia ser um sinal do recente crescimento da aceitação da palavra
? |
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O Código Hays e MPAA |
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A primeira aparição de um pênis em um filme foi em 1912, em um filme italiano intitulado “O Inferno de Dante”. A cena simulava os demônios do inferno, nus. Uns poucos anos mais tarde, um antigo agente do Correio Geral, Will Hays, nomeado pelo Presidente Harding para ‘civilizar’ a indústria do cinema, imporia seu famoso Código hays sobre os produtores e distribuidores dentro dos Estados Unidos. Por um tempo, qualquer filme produzido no país para uma audiência paga tinha que seguir as rigorosas regras de conduta de Hays. O Código ditava, por exemplo, que as forças da lei não poderiam ser retratadas como empavonadas, imorais ou derrotadas no final. A um ‘cara mau’ não era jamais permitido escapar impunemente de um crime. Uma vista da parte de dentro das coxas de uma mulher era tabu. Bebidas e cigarros excessivos, orgias ou uso de palavrões e palavras chulas (tais como ‘virgem’ ou ‘maricas’) era proibido. E, é claro, havia nenhum nudismo, masculino ou feminino, por qualquer razão que fosse. Nunca outra vez, prometeu Hays, os demônios do inferno com seus chicotes seriam permitidos a insultar a sensibilidade moral do público freqüentador de cinema. “Nunca novamente” durou aproximadamente 36 anos, quando a Motion Picture Association of América(MPAA) substituiu o Código Hays por uma tabela de classificação de filmes em 1966. Fora do cinema de primeira linha, o favorito de Andy Warhol, Joe Dallessandro levou os créditos com a primeira aparição, pós-Hays, de um pênis na tela, em Flesh de 1968. Quando as muralhas da censura caíram, o exilado pênis retornou às telas dos cinemas de primeira linha em 1969, na romântica adaptação de Ken Russel do clássico de D.H. Lawrence Women in Love (Mulheres Apaixonadas), em uma cena onde Oliver Reed lutava com Alan Bates, ambos nus. |
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Outros rapidamente
tomaram vantagem dessa nova onda de permissividade no cinema. Em 1970, o
criador do programa de televisão “Candid
Camera” (que no Brasil teve uma versão similar, chamada “Câmera
Indiscreta”) Allen Funt levou sua câmera escondida para as ruas para
filmar “O Que você diria para
uma dama nua ?”(What do you
say to a naked lady ?) Embora tendo uma classificação X na época, a
comédia incomum é praticamente estranha para os moldes de hoje, com a
maioria das cenas envolvendo encontros um tanto mais escandalosos do que
incidentais entre homens desprevenidos e as atrizes nuas de Funt.
O filme também incluiu uma cena envolvendo um modelo masculino de
arte nu, Norman Manzon, que quebra a barreira entre modelo e estudante
quando ele principia conversas casuais com excitadas mulheres durante seus
intervalos de descanso. É intrigante assistir as trocas que ocorrem nas
atitudes das mulheres quando Manzon, fazendo nenhuma intenção de
esconder seu pênis, converte-se de ser classificado como um objeto de
arte para um homem vivo, nu, empenhado numa conversa informal. |
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Supervisor de operações de computadores em Baton Rouge, Louisiana. Aficionado
por cinema durante toda sua vida e
membro da The Naturist Society desde 1986. **Editor do jornal OLHO NU |
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