Bom
dia, Ivan (como lhe prometi, vou contar a experiência que vivi
ontem)
Gente,
só posso começar dizendo que foi ESPLÊNDIDO! o que vivenciei ontem
(16 de março), em dois horários, pela manhã e à noite: dei duas palestras, no
auditório, para mais de 300 (TREZENTOS) jovens, estudantes do curso
de comunicação e jornalismo da FAESA, no campus universitário.
Uma
amiga de meu filho é estudante desse curso e me convidou para falar
um "pouco" sobre o Naturismo. Não sabia que seria para tanta
gente, ou melhor, para tantos jovens. Eles estão levando vários
segmentos da sociedade para falarem de seus projetos.
Somente
quando cheguei foi que percebi a extensão do evento, que pretendia
abordar a "importância do Naturismo dentro da sociedade e qual sua
função social". Porém antes de mim se apresentou um grupo de 10
pessoas (9 homens e "apenas" 1 mulher), representantes de vários
grupos de Hip-Hop. Eles mostraram que o Rap não é apenas música de
contestação porque eles passam informações somente positivas para os
jovens, além de fazerem resgates sociais tirando-os da marginalidade e
trazendo-os para a vida. Mostraram os diversos projetos que fazem nas
comunidades, em presídios, inserindo na vida desses jovens o esporte, a música,
a dança, o grafitismo, etc. Posso lhes garantir que foi lindo e,
acredito, eles conseguiram mudar o conceito que fazemos dessa
turma. Foi muito legal! Até dancei Rap com eles no final.
Quando
chegou a minha vez e me apresentaram (acho que só tremi um pouquinho),
percebi que falar somente sobre o bem-estar da nudez ou do quanto
representamos para o turismo seria pouco ou quase nada. O que mais poderia
falar sobre a nossa atuação enquanto agentes transformadores?.
Infelizmente, nem projetos preservacionistas temos... Se não achasse
rapidamente um gancho, aquela garotada iria me massacrar.
Então
comecei parabenizando a turma do Hip-Hop pelo trabalho que desenvolvem e
os comparei ao nosso movimento, porque enquanto eles fazem um trabalho
social resgatando pessoas na parte mais baixa da pirâmide social e
procurando elevá-los, nós fazemos o inverso: fazemos com que as pessoas
que estão na parte mais alta da pirâmide desçam as escadas, desçam
dos seus pedestais, vistam as "sandálias da humildade" (vide Pânico
na TV) e se dispam de todos os preconceitos, ao constatarem que nus
somos todos iguais... Daí para frente rolou solto, falei sobre o
movimento naturista no Brasil, das áreas já estabelecidas, de número de
freqüentadores no mundo, etc. Falei também dos benefícios que a Barra
Seca trouxe para a comunidade local, de nossa interação com eles.
Disse-lhes que a comunidade conquistou iluminação pública e telefone
(orelhão) através da NaTES, e que passaram a ter outra fonte de
renda que não fosse a pesca e a agricultura, porque agora eles são
pequenos comerciantes e ganham com o turismo receptivo. E, também,
que a comunidade local, que há doze anos atrás era composta de umas 50
famílias, agora já ultrapassa 10 vezes mais em função do Naturismo que
incrementou o turismo na região.
Eles
fizeram várias perguntas, e o que é mais me deixou satisfeita foi o
interessante da maioria pelo assunto. A turma do Hip-Hop prometeu um
Rap na Barra Seca (todos pelados, lógico).
Também
informei que, não por acaso, o presidente do Naturismo em nosso estado é
um professor-mestre na mesma universidade deles, o Márcio Braga, a quem
eles poderiam procurar para mais informações. Foi legal eles
descobrirem que somos normais e que estamos em todos os segmentos da
sociedade.
No
final fui muito abraçada e fiquei muito satisfeita. Uma jovem se
apresentou dizendo que ela e seus familiares, que moram em Linhares,
já visitarem algumas vezes a Barra Seca, e que ela adora.
Quando
cheguei em casa, às 23:00h, liguei imediatamente para contar ao Márcio
(presidente da NATES - Congregação Naturista do Espírito Santo) o acontecimento, que foi uma experiência muito gratificante.
Beijos.
Maria
Luzia